segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Monte Saint Michel - a volta do coma!

   Depois de três meses de coma, finalmente o blog está acordando de novo!! 
   Neste período eu tive férias, viajei com mamãe por duas semanas pela Itália - vou tentar escrever sobre isso essa semana ainda - e me mudei pra Paris!!! Mudança completa de lugar, de família e de escola. 
   Este fim de semana teve uma excursão da escola, e eu consegui o sábado de manhã de folga pra ir! Começamos em Dinan, passamos por Saint-Malo e por último fomos para o monte Saint Michel. Claro que pra fazer tudo isso em dois dias saímos de Paris às sete horas da manhã. Logo no começo da viagem tive a sorte de conhecer a Carol, outra au pair brasileira por aqui, e as cinco horas de ônibus passaram rapidinho. 
   Primeira parada, Dinan, uma cidadezinha de 11 mil habitantes muito bonitinha que apareceu por alguns segundos em Armageddon. Ficamos lá por pouco mais de duas horas, mais pra dar uma volta e almoçar. Nada de superpower interessante, mas muito fofa.

Castelo

Vista de Dinan de cima do castelo

   Piquenicamos - piquenicar é verbo em francês - e partimos pra Saint-Malo. Tinha uma visita com guia pela cidade, com um cara muito engraçado. Saint-Malo tem uma história cheia de guerras e revoluções. Das coisas que eu ouvi, só lembro de uma história: em 1944, os americanos foram informados erroneamente que tinha alemães na cidade, e atacaram. Depois de destruírem 60% da cidade, em alguns dias perceberam que não tinha alemães por ali - muito cabeças-duras. O wikipedia fala 80%, mas o guia falou 60, de qualquer maneira é muito. Mas a cidade foi reconstruída e é muito bonitinha. 

Prefeitura de Saint-Malo: única da França com a bandeira da cidade mais no alto que a do país (parte de um acordo pra cidade voltar a pertencer à França, depois de 4 anos de independência em 1590)

Casa reconstruída depois do episódio de 1944 - dá pra ver as duas partes diferentes de parede

"Piscina" no mar: como a maré varia muito, tem épocas - como agora - que o mar fica muito longe da praia, então eles construíram uma "piscina", pra quem quiser entrar na água não ter que andar um monte 



   Passamos a noite em Saint-Malo, e no domingo fomos pro monte Saint Michel, que por acaso também aparece no filme Armageddon. É um lugar MUITO LEGAL, absurdamente lindo. É uma ilha-que-não-é-ilha, por causa da variação das marés. Com um mosteiro no meio e uma cidadezinha medieval em volta, é um dos lugares mais bonitos e legais que eu já visitei por aqui - com certeza no meu top 10 (ideia para futuro post anotada). Como imagens valem mais que palavras:

Pausa na rua pra tirar foto

Monastério no alto do monte

Casinha com periscópio - muitooo legal

Casa de um cavaleiro da Idade Média - a armadura era dele mesmo, do século XV

Quintal da casa do cavaleiro

Vista de lá de cima com pelegrinos corajosos - algumas partes são de areia movediça


Só porque eu não tinha visto a abelha e achei muito legal 


segunda-feira, 11 de julho de 2011

I love NY?

   Semana passada uma amiga brasileira que é au pair em Nantes veio pro sul com a família - sabe como é, crianças de férias por aqui. Aproveitamos pra passear nos nossos dias de folga. Passamos um dia em Toulon, que eu já tinha ido e não tem nada de mais, uma tarde de sábado em St Tropez - ainda ando olhando pra cara de todo mundo e não pro chão, mas nada de ver pessoas famosas, acho que elas nem saem dos seus barquinhos. Mas o mais legal foi passar o domingo em Marseille. 
   Se tem alguém pensando em ser au pair na França lendo isso aqui, escolha uma cidade com estação de trem. Eu tive que acordar às 5:30 pra pegar um ônibus até St Raphael, pegar um trem até Toulon, descer e pegar outro até Marseille. Foi um caminho bem idiota, mas foi necessário pra aproveitar o dia em Marseille. 


   Marseille é a segunda maior cidade da França, o que significa que ela é muito grande. Diferentemente de Paris, é uma grande mistura de prédios novos e antigos, o que não me agradou muito. Da estação de trem a gente andou até o Office de Tourisme, onde pegamos um mapa e informações do que tem pra ver. Basicamente, o porto - que é enormeeeee, igrejas e... lojas! Acabou de começar o período de liquidações - em todo lugar menos St Tropez, é claro, então foi muito bom ir pra uma cidade grande - mesmo que só pra olhar... 
   



Cidade grande!!



   Eu nunca tinha visto igreja com móbiles. Estes barquinhos pendurados são ex-votos, que são objetos que as pessoas oferecem como forma de agradecimento a uma graça alcançada. Essa igreja tem uma coleção enorme de ex-votos nas paredes, como placas e pinturas, mas eu achei que colocar os barquinhos pendurados foi bem legal. Como a igreja é no porto, a maioria dos ex-votos que tem lá foram oferecidos por marinheiros que sobreviveram a um naufrágio. 


Mas eu não tava em Marseille?


   A visita terminou com uma hora no shopping! Primeira vez que eu fui num shopping na França, não tem essas coisas de cidade grande por aqui. 99% desse tempo foi passado dentro da Fnac, claro!
   Pra terminar, uma foto que eu tirei na feira do porto:




domingo, 26 de junho de 2011

Quem é vivo...

   Ok, então eu abandonei o blog por um tempo. Mas é que nada de interessante aconteceu pra eu colocar aqui. 
   Uma coisa que eu não coloquei aqui no post sobre Mônaco foi um detalhe sobre a roupa. A família me falou com antecedência que em Mônaco todo mundo se veste absurdamente bem, e que eu deveria levar um vestido chique para usar no cassino, salto alto e tal. Aí eu fui de vestido - não tão chique - e bota - sem salto - mas me arrumei e tudo mais. E eles foram de calça jeans surrada, camiseta e tênis. 
   Eu devia ter aprendido.
   Dia 19 foi a primeira comunhão da Tessa. De novo, me falaram que, como ia ser em St Tropez, teria que ir superpowerblaster (sim, blaster) chique, e eu acreditei, mesmo porque fui pra Aix aquela vez pra Audrey comprar a roupa, e ela realmente comprou um vestido legal, salto e tal. E eu comprei um chapéu, porque me falaram que aqui se usa chapéu nesses eventos. Como eu sempre quis um chapéu eu estava me sentido maior indo pro casamento do príncipe no meu chapéu. 

Eu não tava de chapéu aqui porque tava dentro da igreja


    E todos os outros convidados estavam de calça jeans e camiseta. De novo. Até chinelo eu vi.
   Pra quem já foi numa primeira comunhão no Brasil: aqui não tem nada a ver. Na verdade tem, as crianças usam branco e todo mundo vai na igreja, mas acho que é só isso. Primeiro, eu não sei o que eles chamam de "catecismo" aqui... ela fez, mas quando eu falei pra ela que São Tropez era um santo como Santo Antônio ou São João, ela falou que não, que o primeiro nome dele era São e o sobrenome era Tropez, como com os outros. Eu não insisti.
   Outra diferença é que se convida todas as pessoas que você já conheceu na vida pra festa. A festa dela tinha 50 pessoas. Aí a mãe dela já foi na festa com uma cesta pra ela poder colocar os envelopes. Envelopes de que, meus caros leitores? Cheques. Porque esse é um ótimo presente para uma menina que acabou de fazer 10 anos. Cheques. A última vez que eu vi ela contando já tinha dado quinhentos euros, mas depois ela ganhou mais envelopes. 
    Ah, e a festa foi aqui ó:

   Na quinta-feira seguinte foi a festa de fim de ano da escola (aqui o ano escolar começa em setembro e termina no fim de junho - assim as crianças tem férias compridas no verão), que eles chamam de kermesse. Assim mesmo, com k. Foi em 23 de junho, então eu posso dizer que fui a uma festa junina. 

Pescaria na quermesse da escola
   Algumas coisas são parecidas com as nossas festas juninas: brincadeiras, comida e crianças dançando. A comida aqui foi cedida pelos pais, tinha quiches, bolos, tortas, refrigerantes, vinho, sorvete. E as crianças fizeram umas apresentações com música, com o tema "as várias maneiras de brincar". A Tessa era uma boneca. A maior parte foi muito chato - incluindo uma música em inglês interminável - mas teve algumas coisas inesperadas, como uma parte em que simulavam videogames:


   Foi uma festa legalzinha, várias crianças que foram só com as au pairs e babás. Eu semi-inclusa. Os pais apareceram na hora do teatro, e assim que ela desceu do palco foram embora. E ela ainda tinha outra parte.. =(
   
Fatos rápidos e inúteis:

- fui pra Toulon me informar sobre meu visto, cheguei 8:30h na prefeitura, hora que abria. Maior fila. Entrei, peguei a senha:

Tem 39 pessoas na sua frente. Tempo de espera estimado 477 minutos. Ainda bem que me atenderam em duas horas, e não as quase oito da senha..
- fui pra praia hoje.


- vi esse carro na praia hoje:

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aix-en-Provence

Montagne Sainte Victoire

   Passei esse fim de semana em Aix-en-Provence. Aix é uma cidade universitária, sempre lotada de gente. Como todas as cidades que eu fui por aqui, é daquelas cidades bonitinhas provençais com ruas estreitas e portas muito antigas. 
   Cada esquina que você vira tem uma fonte. A palavra Aix significa que é uma cidade com água - tem várias cidades que começam assim. Aqui tem fontes para todos os gostos e tamanhos.

La Rotonde, o cartão postal da cidade

A fonte do Pumba

Fonte dos Quatro Monstrinhos - ops - Golfinhos 

Fonte com barquinho

Metade reformado e metade não

   Fui no Museu de História Natural, que apesar de pequeno é bem legal, um dos mais interessantes que eu já fui por aqui (nessa viagem). Algumas salas com dinossauros, algumas com animais empalhados, algumas com coisas sem graça, como todo museu. =]

Rex - mais uma vez eu pensei no filme.

   Fui também numa exposição de fotos no espaço Cézanne (o pintor Cézanne nasceu e morreu em Aix-en-Provence) sobre o Egito, tinha uma foto de mil oitocentos e não sei quanto, de um mendigo sentado ao lado de umas múmias, medonho. Mas no geral foi bem legal.
   Como eu tenho ido mais em cidades com praia, não tinha ido a um parque ainda. O parque de Aix é bem legal, não muito grande mas com muitas árvores e piqueniques e pessoas tomando sol. É que nem praia, as pessoas vão de bikini/sunga, levam toalha e protetor solar e tudo mais.


Esses estavam jogando alguma coisa equivalente a truco - gritavam muito.


domingo, 15 de maio de 2011

Festival de Cannes

   Ponto alto do fim de semana:
Sim, eu tirei essa foto. E sim, são estas pessoas.

O vestido da Penelope Cruz não me deixa mentir

   Vamos ao começo da história. Fui pra Cannes esse fim de semana, exclusivamente por conta do Festival de Cannes, é claro. Sábado de manhã eu descobri que ia ser a première do quarto Piratas do Caribe - que aqui chama Pirates des Caraïbes. Isso significava possibilidades de ver pessoas muito famosas - ok, eu só pensei no Johnny Depp, por alguma razão Naylística. 
   Cannes não é longe daqui, mas o transporte é meio enrolado. Teve que ser um ônibus até St Raphael e um trem até Cannes. Eu fui com uma amiga au pair estado-unidense que também mora em Cogolin, um amigo dela inglês, e uma outra au pair, alemã, que mora em St Raphael, então encontramos ela lá. Enquanto esperávamos o trem pra Cannes, eu resolvi que seria legal tirar uma foto. 
Não, não era essa ainda

   Aí a minha câmera não funcionou. Ela agonizou um pouco - abriu e fechou várias vezes seguidas sozinha, apitou algumas vezes, e morreu. Eu sei que ela era velhinha e estava próxima da aposentadoria, mas tinha que ser no meu caminho pra Cannes? Pra ir pra Cannes sem câmera, melhor dar meia volta e ir pra casa ver pela TV. Ok, nem tanto.
   Pra ajudar a gente tinha perdido o trem que a gente queria pegar - e teve que esperar 50 minutos pelo próximo. Quando chegamos lá, só tinha mais 50 minutos de tapete vermelho. Eu não fazia ideia de quem já tinha entrado ou não, mas eu não queria ir sem a câmera. 
  << Claro, eu sempre podia pegar as fotos das câmeras das meninas. Mas eu nunca tinha visto as fotos tiradas por elas antes. E se fossem péssimas? Não era o momento pra deixar pra sorte... >>
   Perguntei na estação, e me explicaram onde era o tapete vermelho e onde era a Fnac. Corri pra Fnac, comprei uma câmera nova em menos de 10 minutos e fui correndo pro tapete vermelho, até a metade do caminho. Aí eu fui andando bem lentamente porque tinha MUITA gente. Mas eu cheguei até um lugar onde eu via o topo da escada - pelo menos uma parte do topo. 
   Aí eu tinha que abrir a caixa e tudo mais. Claro que quando eu abri, eu estava interessada na câmera e deixei cair tudo no chão - manual, cds, fios - no meio da rua molhada (tinha chovido). Tá bom tá bom eu to entendendo que é pra ser um desafio... consegui montar a câmera - pilhas/cartão de memória - e comecei a tirar fotos do pouco que eu enxergava. 
   Tudo estava tão longe que eu não reconhecia ninguém. Eu sabia que eles estavam lá porque tinha alguém narrando no microfone: and here iiiiiissss Johnny Depp. Nessa hora eu gritei como uma louca. Não, eu não estava vendo ele, mas eu sabia que ele estava lá. Só que as histéricas que gritam estavam lá perto, ninguém perto de mim gritou, e ainda me olharam como se eu fosse uma brasileira louca. hahahah
   Continuei tirando fotos do pouco que eu via até que todo mundo entrou e acabou aquela coisa toda. Aí a gente foi fazer nosso piquenique na praia, esperando o cinema de graça que fazia parte do festival.
O telão no mar


Tom, eu e Luisa. A Gabi tava tirando a foto...
   Foi muitooo legal, eles deram cobertorezinhos e a gente pegou um lugar legal. Só o filme que eu não gostei muito não, é um do Federico Fellini, de 1983 (que eu achei que era de 1950 pelo estilo), chamado "E la nave va". Filme italiano com legenda em francês já não é fácil, e era entediante ainda.. 
   No domingo eu estava sozinha, todo mundo já tinha voltado, eu queria ver mais - aproveitar que eu tava lá e era meu dia de folga né. Por mim eu ficava na gradinha lá o dia inteiro, esperando o tapete vermelho no fim da tarde de um lugar muito bom, e até fiquei uns 15 minutos lá, até que me falaram que hoje era um filme francês e só ia ter atores franceses lá. Aí eu desanimei e passeei um pouco por Cannes antes de vir embora.


   Quando eu estava indo pra estação de trem me entregaram um jornalzinho de rua, edição especial do festival. Na capa estavam o Johnny Depp e a Penelope Cruz no tapete vermelho. Eu reconheci o vestido dela e fui olhar minhas fotos de novo. E não é que eu tinha visto eles mesmo? Tinha foto e tudo... Nada reconhecível, mas estava lá!
   Talvez domingo que vem eu tente ir pra lá de novo. O trem não é caro (não é um trocadilho), e se eu conseguir chegar cedo pra ficar num lugar que dê pra ver, vale a pena!