segunda-feira, 23 de abril de 2012

Amazing! It's just like magic!

   Crazy fan mode: ON. Spoiler alert: se você vai visitar o lugar e quiser manter o clima, não continue.
   A primeira coisa a saber é que eu finalmente recebi minha carta de Hogwarts. Um envelope endereçado à quarta porta à esquerda no sótão, carimbado Owl Post, foi deixado na minha porta pouco depois do meu aniversário. Dentro estava a carta que eu deveria ter recebido quando tinha 11 anos, com a lista de materiais e tudo, meu bilhete para o Hogwarts Express, e ainda uma carta do ministério pedindo desculpas por não ter conseguido enviar antes, já que foi impossível localizar a cidade de Peera Cecaba, e me convidando para visitar a escola.


   Sendo assim, aproveitei que teria uma semana de férias para essa visita. Comprei meu ingresso para fazer o Harry Potter Studio Tour, em Londres. Depois lembrei que também precisava comprar passagens e reservar hotel e tudo mais.  
   O nosso ônibus atrasou um pouquinho - eu queria ir de trem, mas o Hogwarts Express só funciona no dia primeiro de setembro - mas chegamos ainda assim antes do nosso horário de entrada no estúdio. No ônibus foi colocado um filminho com a história dos estúdios, desde quando o galpão foi construído para ser fábrica de aviões de guerra. Muito legal, trilha sonora harrypotteriana, mas não muita coisa do filme, e muito curtinho, senti falta de algo mais, digamos, temático.


Entrada - será que eu estava empolgada?

   Como a visita tinha hora certa pra começar, e a gente chegou um pouco antes, fizemos um pequeno passeio na loja antes de entrar - alguém segura minha carteira que eu quero comprar tudo! E quando eu falo que eu quero comprar tudo, eu não quero dizer um cachecol, uma varinha, uma vassoura. Isso tem em qualquer lugar. Aqui tinha pygmy puffs (mini-pufes), extendable ears (orelhas extensíveis), sneakoscopes (bisbilhoscópios), timeturners (viratempos), entre outras coisas inúteis mas que a gente quer. 

   Na fila pra entrar, a primeira parte da - olha o clichê chegando - magia. Uma placa avisa que tudo que tem exposto é de verdade o que foi usado no filme, e logo em seguida já vemos o armário embaixo da escada, com direito aos óculos do Harry na prateleira. Quando finalmente abriram pra gente entrar - depois de 5 minutos de fila, fecharam o grupo em uma sala com várias televisões nas paredes, e foi passado um filminho dos produtores contando quando eles leram o livro e quiseram fazer o filme. Coisa rápida, as portas se abriram e eis a gente em uma sala de cinema. Uma rápida apresentação da guia e mais um filme, dessa vez com os três atores principais falando de como foi gravar os filmes e como nós vamos nos espantar com os detalhes que a gente não tinha percebido. O filme acaba com uma imagem em tamanho real da porta de entrada do Great Hall (Salão Principal) de Hogwarts, e logo em seguida a tela levanta, e o que temos atrás? Obviamente, o melhor começo de passeio de todos os começos de passeio: a verdadeira porta do Great Hall.

Ok. You can go crazy now.

   Supermegapower crazy fan mode: ON.
   A guia acendeu as luzes e eu já tava lá na frente da porta. Um segundo pra fotos, e ela pergunta se alguem queria ajudar ela a abrir a porta. Ah, que pergunta boba. Ela não tinha nem terminado a frase eu já estava igual a Hermione pra responder uma pergunta: EU EU EU EU! Minha empolgação - e velocidade - rendeu: fui eu a escolhida. (quase inseri um palavrão aqui mas me segurei). 


   Agora sim a coisa começou de verdade. No salão, as duas mesas dos cantos estavam expostas: Gryffindor na direita, Slytherin na esquerda. Atrás delas, manequins com as (verdadeiras) roupas dos alunos de cada casa. No fundo, a mesa dos professores e os manequins de alguns, lembrando o primeiro filme. O chão do salão são pedras de verdade, como seria num castelo. Só faltou mesmo o teto...



   Saindo do Great Hall, cada um por si. Agora estamos em um galpão enorme onde estão montados os vários sets que foram usados repetidamente. Os que não aparecem em muitos filmes foram desmontados, mas os importantes estão - quase - todos lá.

Quarto dos meninos. Feito para o primeiro filme, o cartaz fala que nos últimos filmes todos estavam maiores que as camas, então sempre são mostrados dormindo de lado. Além disso, o aquecedor no meio do quarto foi usado no filme Chocolate e trazido para este set pela decoradora de sets, que trabalhou nos dois filmes.

Common room (salão comunal) de Gryffindor

Quadros no escritório do Dumbledore - todo mundo dormindo, uma pena...

The Burrow (a Toca). Aqui, quatro varinhas estavam à disposição pra gente fazer as coisas funcionarem "sozinhas": passar roupa, lavar louça, cortar uma cenoura ou tricotar.

Sala de poções - as colheres se mexiam sozinhas de vez em quando

Vitrine com muitos, mas muitos, pequenos detalhes. Na foto dá pra ver alguns livros e a tabela de preço e alguns produtos da Weasley Wizard Weezes (Gemialidades Weasley). Mas era muito grande, tinha o Marauder's Map (mapa do maroto), as cartas que o Harry recebeu falando que ele tinha sido aceito em Hogwarts, jornais, o testamento do Dumbledore, e mais e mais e mais.

   No final dessa primeira parte, saímos para o "quintal" do estúdio. Antes de qualquer coisa, vemos a placa mais legal de todas, e vamos imediatamente para a fila:




Não sei o que eu esperava da coisa, mas o que eu tomei era muito bom. Parecia um guaraná, com um chantilly mais cremoso em cima. 

   Dois minutos depois, acabado o momento bebida mais legal do mundo, fomos ver as coisas do pátio. Aqui, tinha a moto do Hagrid, o Ford Anglia dos Weasley e o Knightbus (noitibus andante), em todos eles dava pra subir/entrar/tirar milhões de fotos.

Foto oficial da viagem - com a autora da minha carta de Hogwarts =D

Dentro do Knightbus

   Além dos meios de transporte, também tinha a casa do 4, Privet Drive, a casa dos Potter, destruída pelo Voldemort, a ponte de Hogwarts e as estátuas do jogo de xadrez do final da Pedra Filosofal.


   A terceira parte - e final - da visita começa com os robôs/máscaras/cabeças. Ah, lembrando que saiu da etapa, não volta mais, ou seja, no more butterbeer. Aqui tem todas as cabeças dos duendes, a fênix, grindilows, elfos, a versão lobisomem do Lupin, entre outros milhões.

Dobby, um elfo livre.

   Ainda passamos por uma sala com os animais do filme: o basilisco, a Aragog, um dragão e um Buckbeak (Bicuço) em tamanho real e que se mexia, fofíssimo. 
   Depois disso, uma das mais legais partes do passeio, o beco diagonal. Tudo MUITO, mas MUITO legal mesmo. Os detalhes das lojas - uma pena que a gente não podia entrar, mas dava pra ver dentro de todas, e são todas lojas completinhas por dentro também. 


A venda de sangue de unicórnio é proibida. Não peça.

   Depois de passar pelos desenhos e maquetes e arquivos, o final do passeio. A penúltima sala é a maquete do castelo de Hogwarts usada várias vezes no filme. E-NOR-ME. Eu tinha lido antes que ela era do tamanho de uma casa, mas não levei a sério. Devia ter acreditado. 


   Por último, uma sala com caixas de varinhas, como se estivéssemos no Ollivanders. Só que aqui, é uma homenagem às pessoas que ajudaram a construir os filmes. Cada caixa tem o nome de alguém, atores, diretores, equipe técnica e, é claro, J.K. Rowling. 


   Devo adicionar que quando chegamos no fim, precisávamos desesperadamente de outra butterbeer. Sabe como é, o vício... Sabendo que quando se passa de etapa não tem volta, tentamos do mesmo jeito. E passamos. E tomamos mais uma. E passamos correndo pela loja porque já era hora do ônibus voltar, o que acabou sendo uma coisa boa porque não tivemos tempo pra pensar no que comprar. 
   E agora eu quero ir de novo. 



sábado, 7 de abril de 2012

Os castelos do vale do Loire

   Já faz mais de um mês que eu fui pra lá, mas antes tarde do que nunca, né? Final de semana do 10 e 11 de março, excursão da escola para os castelos do vale do Loire. O Loire é o maior rio francês, com pouco mais de 1000km de comprimento. Durante a Renascença, a corte francesa resolveu erguer seus castelos modestos perto desse rio, em uma região nomeada vale do Loire. 
   Quatro castelos faziam parte da excursão, além de uma degustação do vinho regional. O primeiro castelo foi também o mais sem graça: o Chateau de Blois. Construido no início da renascença, foi residência do rei Louis XII e também do François I. Após a morte da rainha, François I decidiu mudar para o castelo de Fontainebleau, e Blois serviu para outros fins. Em 1626 o rei Louis XIII deu o castelo como presente de casamento para o seu irmão Gaston, que começou a construir uma nova ala, já que uma parte tinha sido destruída. Só que o rei acabou tendo um filho, o que tirou Gaston do primeiro lugar da lista pra rei, e de repente não tinha mais dinheiro pra terminar a obra. Então, algumas partes estão pela metade até hoje.

Chateau de Blois - à direita o prédio original; logo à esquerda da escada, dá pra ver que foi "cortado" e começa o prédio novo

Vista da cidade de Blois

   Depois de Blois, fomos pra Amboise visitar o Clos Lucé, que na verdade não é um castelo. Em 1516 o rei François I convidou Leonardo da Vinci para vir morar nesta casa na França, não só porque ele era um gênio da engenharia, um inventor extraordinário e um pintor inacreditável, mas também porque ele era um ótimo organizador de festas. Sim, o italiano Leonardo da Vinci veio passar os três últimos anos da sua vida na França para organizar as maiores festas do rei. 

Clos Lucé

Passagem subterrânea do Clos Lucé para o Chateau d'Amboise, para que o rei pudesse visitar facilmente seu "pai adotivo", Leonardo da Vinci

   Ainda no sábado, fomos até Vouvray fazer uma degustação do vinho local, naturalmente efervescente - o meu tipo preferido de vinho, bolhas bolhas bolhas! Degustação com direito a visitar o pequeno espaço subterrâneo que eu me recuso a chamar de adega. Dois quilômetros e meio de galerias, espaço para 4 milhões de garrafas. A cidade de Vouvray também tem várias casas construídas dentro de rochas, chamadas de casas trogloditas. Muito engraçado ler placas de "hotel troglodita" e "venha comer em um restaurante troglodita". 

Quatro MILHÕES de garrafas

Casas trogloditas. Essa foto não é minha, é do google. As minhas ficaram horríveis

   Domingo é dia de mais dois castelos. Começamos pelo mais bonitinho da viagem toda: o Chateau de Chenonceau. Por ter sido construído por uma mulher, habitado e decorado por duas e salvo por outra, é chamado de castelo das damas. O rei Henri II o ofereceu para sua amante preferida, Diane de Poitiers, porém quando o rei morreu a rainha Catherine de Medicis teve sua revanche: mandou Diane se mudar para outro castelo, logo ali do lado, e ela própria se instalou em Chenonceau. Que tipo de revanche é essa, que você manda a amante do marido pra morar em outro castelo, eu não sei. Enfim, foi Catherine que mandou construir a galeria sobre a ponte, usada então como salão de baile - único salão deste tipo no mundo.

Chateau de Chenonceau

Maior coleção de panelas que eu já vi - chateau de Chenonceau

Chateau de Chaumont-sur-Loire, lugar onde a pobre coitada da amante teve que ir morar - ó vida cruel!

   Depois dessa visita, paramos em Amboise para o almoço. Que? Almoço? Com o castelo de Amboise logo ali? Até parece. Confirmamos a pausa de uma hora e meia e fomos no pique até o castelo - que era no alto de uma montanha, mas isso é irrelevante. E valeu muito a pena. Na frente do castelo, uma pequena capela, onde está enterrado ninguém menos que uma das tartarugas ninjas:


O castelo de Amboise, cuja história é tão legal, mas tão legal, que eu não lembro de nada pra colocar aqui

   Por último, visitamos o supergigantemegablaster chateau de Chambord. Se eu me lembro bem, são 156m de fachada, 426 cômodos, 77 escadarias, 282 lareiras e 800 capitéis* esculpidos. Qualquer semelhança dessa frase com o wikipédia é ctrl+c ctrl+v  mera coincidência. 


Ocaso bônus na volta pra Paris

* Capitel é a parte superior ornamentada de uma coluna, pilar, pilastra, etc.