domingo, 12 de fevereiro de 2012

Paris em enigmas


   Esta semana eu e a Carol compramos um livro chamado "Paris Énigmes", que propõe conhecer Paris através de enigmas e pistas. O livro é dividido em percursos temáticos, cada um com dificuldade e duração diferentes. Como o estilo "Amazing Race" da coisa chamou a atenção, já começamos o livro no mesmo fim de semana, ou seja, hoje, domingo. 
   O primeiro percurso do livro chama-se "Notre Quartier", ou  nosso bairro, no caso dos autores do livro e da família que a Carol trabalha - o 17ème, décimo sétimo "bairro" de Paris. Ele começa o capítulo informando que o trajeto teria duração de 2h30 a 3 horas (levamos quatro), dificuldade média, e a ser feito principalmente no sábado e nunca na segunda. Ele ainda avisa horários de abertura do lugar da etapa 29 e que existe um mapa no final do livro (isso eu só li agora que eu cheguei em casa, depois de fazer o negócio todo com o outro mapa na mão). Os números entre colchetes que eu coloquei ao longo do texto referem à localização, no mapa no fim desta página, dos locais mencionados.
   Primeira etapa: descobrir a estação de metrô que vamos começar. Por ela passa "uma linha de metrô de número supersticioso" - 13. Nome e sobrenome de um jovem comunista fusilado pela Gestapo. Como a gente tinha que combinar de se encontrar lá, essa etapa foi feita no dia anterior, com ajuda do Google e Wikipedia, tendo como resultado a estação Guy Moquet. Encontrar a rua que deveríamos seguir não foi difícil - perpendicular à avenida em que estávamos na saída do metrô, e que daria em uma praça. 
   Nessa praça, tivemos que achar duas estátuas para podermos responder perguntas sobre elas - o que foi bem fácil porque era uma praça muito pequena. Depois tivemos que resolver uma charada para encontrar a rua que precisávamos pegar: Jonquière. Aqui começou a ficar legal: tivemos que entrar em uma rua particular, fechada para quem não morava lá, e que nos deu a impressão de sair de Paris por um momento - exatamente como prometido no livro.

Rue des Fleurs [1]

   Algumas ruas depois, encontramos "um restaurante que permite verificar a exatidão do seu relógio": o La Bonne Heure [2]. Ao pé da letra, este nome significa "a boa hora", mas o som lembra bonheur, que significa felicidade.


      Seguindo em frente, entramos no Square des Batignolles [3], um parque bem legal, com um lago congelado e patinhos e crianças. 


   Mais algumas etapas, mais algumas ruas, uma ponte em cima de trilhos de trem, e chegamos à rua Lévis [4] - no livro como "uma rua de pedestres com o nome de uma marca de jeans que veio do outro lado do Atlântico". Aqui foi bem legal porque era uma rua comercial cheia de coisa, com tudo aberto, e cheiro de frango assado. 

   "Se o céu permitir, você poderá ter a oportunidade de ver à sua frente a majestosa silhueta da Sacré-Coeur" [5]

   Pouco tempo depois, encontramos a primeira pedra no caminho: precisávamos saber o ano associado ao Front Populaire (Frente Popular) ou ao início da guerra civil espanhola, o que a Carol não lembrava e eu acho que nunca soube - história eca. Depois de ir até o fim da rua e não achar o que a gente não sabia estar procurando (os dois últimos dígitos do ano em questão era o número da casa que a gente tinha que achar), a Carol conseguiu ligar a internet no celular e achamos o número 36, que era um restaurante que estava fechado, mas permitiu que a gente continuasse. 
   Logo depois disso fomos enviadas até o número 28 da rua Lemercier [6], e nos deixou triste ver que um portão fechava o que deveria estar ali. Depois de atravessar e ficar na ponta dos pés pra tentar ver o que tinha lá dentro, eu leio no livro: "Não hesite em ir ao outro lado da rua e se colocar na ponta dos pés para tentar ver esta rua cheia de charme". 

   
   Quando eu fiquei de novo na ponta dos pés, vi que uma mulher estava saindo, e me coloquei correndo do lado do portão: em um momento Sidney Bristol não deixei o portão fechar com a ponta do pé. Foto da tal rua: check.


   Mais algumas ruas e respostas que a gente não sabia depois, encontramos o Villa des Arts [7], onde viveu e trabalhou Cézanne e que hoje é um conjunto de ateliês/alojamento de artistas. 


   Depois de pegar a rua "da melhor amiga de Monica, Phoebe e Ross", chegamos à última visita do nosso percurso: o cemitério de Montmartre [8]. 


   Paramos em frente ao túmulo de Dalida, a mais célebre cantora egípcia, para juntar todas as respostas do percurso e encontrar a solução do enigma final:


"Ajouter deux lettres à Paris: c'est le Paradis" - Jules Renard.
"Juntar duas letras a Paris: é o paraíso"



O caminho (6.5km) percorrido em algumas horinhas...

2 comentários:

  1. Ahhhh.....o enigma de Paris foi solucionado! Eu queria estar aí pra dar uma de Sidney Bristol (seja lá quem for)... de qualquer forma...
    Paris -> monstro....como?
    Paris-Guerra na Espanha-Guernica-Picasso-Animaniacs-Wakko-Yakko-Dot-Princessa Angelina Contessa Louisa Francesca Banana Fanna Bo Besca Terceira-café-chá->monstro.

    Tem algo de especial no túmulo da Dalida?

    bjos e até o futuro...

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  2. Adoreeeei a idéia!!! Poderiam lançar livros assim em todos os lugares possíveis, né??? Parece mesmo muito divertido e fiquei super curiosa para ler as próximas aventuras que vocês vão ler!!!

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